segunda-feira, 21 de maio de 2012


Jornal A Noticia - 21 de maio de 2012. | N° 1499

CAPA

Uma solução para o Sambaqui

Discussão promovida hoje, no Centreventos, pretende definir os caminhos para o museu arqueológico de Joinville, desativado desde a interdição do prédio, com a ajuda da comunidade

Hoje, o Museu Arqueológico de Sambaqui promove uma discussão para começar a decidir o destino do conjunto arquitetônico que abrigava o acervo da entidade até maio deste ano. Ela será feita durante a 15ª edição dos Colóquios Patrimoniais, encerrando a programação da 10ª Semana de Museus de Joinville. Com o tema Museu Arqueológico de Sambaqui: desafios para a preservação do Patrimônio Arqueológico num mundo de mudanças, o encontro prevê uma discussão que começou há 40 anos mesmo tempo de fundação do espaço com a mesa-redonda de Santiago do Chile, quando uma nova proposta de fazer museologia foi criada para se adequar às metamorfoses e crises sociais apresentadas no mundo moderno.

O debate será mediado pelo educador e ex-coordenador do Museu de Sambaqui, Gerson Machado. Ele é aberto para toda a comunidade e para especialistas em museus e representantes dos órgãos gestores do Patrimônio Cultural. É apenas a primeira conversa para encontrar a solução para o museu: ele foi interditado pela Vigilância Sanitária e, segundo os funcionários, não tem mais chances de ser reativado.

“Ele não serve mais para ser museu. Apesar de ter sido projetado para isso, em 1972, já no primeiro ano recebeu a primeira enchente. Ele coloca a salvaguarda do acervo em cheque”, avalia Gerson, que aponta outros problemas no prédio. Segundo ele, falta espaço para ampliar o acervo e para abrigar a equipe de funcionários atual: quando foi aberto, havia quatro pessoas trabalhando no Sambaqui mas, atualmente, são 20, entre pesquisadores, estagiários e membros da administração.

Cerca de dois meses antes da interdição total do museu (ele já havia sido interditado para visitação, em 2011), os funcionários haviam solicitado a demolição do prédio para que outro seja construído no local, mantendo o referencial que ele tem na cidade. “O tipo de arquitetura dele é baseado nos antigos museus pequenos norte-americanos, com um clima completamente diferente do nosso. Ele não tem ventilação e é desconfortável”, diz o educador. Como a discussão principal sobre o destino do prédio deve-se à tradição e à conservação do patrimônio histórico, a proposta é que ele seja mantido no mesmo terreno, mas com um projeto novo.

Os participantes poderão dar sugestões e opinar sobre os caminhos para salvar o Museu de Sambaqui. “É muita responsabilidade para decidir em 20 pessoas”, diz Gerson. O colóquio contará com a participação da presidenta do Conselho Municipal de Política Cultural, Ilanil Coelho; do superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Dalmo Vieira Filho; e do museólogo da Universidade Federal de Pelotas, Diego Lemos Ribeiro.

Saiba maisO QUÊ: 15ª edição dos Colóquios Patrimoniais.

QUANDO: hoje, às 19 horas.

ONDE: Sala 8 do Centro de Convenções Alfredo Salfer, anexo ao Centreventos Cau Hansen, na Avenida José Vieira, 315.

QUANTO: gratuito.

MAIS INFORMAÇÕES: 47) 3433-0114.

claudia.morriesen@an.com.br
CLÁUDIA MORRIESEN

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