segunda-feira, 21 de maio de 2012


A Noticia Variedades | 21/05/2012 | 05h32min

Encontro com a comunidade deve definir destino do Museu Arqueológico de Sambaqui, em Joinville

Discussão está marcada para esta segunda-feira, na sala 8 do Centro de Convenções Alfredo Salfer

Cláudia Morriesen | claudia.morriesen@an.com.br
Nesta segunda-feira, o Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville promove uma discussão para começar a decidir o destino do conjunto arquitetônico que abrigava o acervo da entidade até maio deste ano.

Ela será feita durante a 15ª edição dos Colóquios Patrimoniais, encerrando a programação da 10ª Semana de Museus de Joinville. Com o tema "Museu Arqueológico de Sambaqui: desafios para a preservação do Patrimônio Arqueológico num mundo de mudanças", o encontro prevê uma discussão que começou há 40 anos — mesmo tempo de fundação do espaço — com a mesa-redonda de Santiago do Chile, quando uma nova proposta de fazer museologia foi criada para se adequar às metamorfoses e crises sociais apresentadas no mundo moderno.

O debate será mediado pelo educador e ex-coordenador do Museu de Sambaqui, Gerson Machado. Ela é aberta para toda a comunidade e, principalmente, para especialistas em museus e representantes dos órgãos gestores do Patrimônio Cultural. É apenas a primeira conversa para encontrar a solução para o museu: ele foi interditado pela Vigilância Sanitária e, segundo os funcionários, não tem mais chances de ser reativado.

— Ele não serve mais para ser museu. Apesar de ter sido projetado para isso, em 1972, já no primeiro ano recebeu a primeira enchente. Ele coloca a salvaguarda do acervo em cheque — avalia Gerson, que aponta outros problemas no prédio.

Segundo ele, falta espaço para ampliar o acervo e para abrigar a equipe de funcionários atual: quando foi aberto, havia quatro pessoas trabalhando no Sambaqui, mas, atualmente, são 20, entre pesquisadores, estagiários e membros da administração.

Cerca de dois meses antes da interdição total do museu (ele já havia sido interditado para visitação, em 2011), os funcionários haviam solicitado a demolição do prédio para que outro seja construído no local, mantendo o referencial que ele tem na cidade.

— O tipo de  arquitetura dele é baseado nos antigos museus pequenos norte-americanos, com um clima completamente diferente do nosso. Ele não tem ventilação e é desconfortável — diz o educador.

Como a discussão principal sobre o destino do prédio deve-se à tradição e à conservação do patrimônio histórico, a proposta é que ele seja mantido no mesmo terreno, mas com um projeto novo.

Durante o colóquio, os participantes poderão dar sugestões e opinar sobre os caminhos para salvar o Museu de Sambaqui, que atualmente está desativado, levando apenas os projetos educativos à escolas da região .

— É muita responsabilidade para decidir em 20 pessoas — diz Gerson.

O colóquio contará com a participação de convidados: a presidenta do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC-Jlle), Ilanil Coelho; o superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Dalmo Vieira Filho; e o museólogo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Diego Lemos Ribeiro.

O QUÊ: 15ª edição dos Colóquios Patrimoniais.
QUANDO: segunda-feira, às 19 horas.
ONDE: Sala 8 do Centro de Convenções Alfredo Salfer, anexo ao Centreventos Cau Hansen, na Avenida José Vieira, 315.
QUANTO: gratuito.
MAIS INFORMAÇÕES: (47) 3433-0114.

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