Sustentabilidade é coisa do passado!
Museu de Sambaqui e UNIVILLE discutem
recursos naturais e hábitos
alimentares no 1º. Past Food,
com programação científica, atividades
experimentais e degustação
Você gosta de comer bagre,
robalo, baiacu, corvina? Ostras, berbigões e mariscos? E gosta de cará,
batata-doce, taioba, milho e pinhão? As preferências de paladar costumam ser
individuais e seletivas. No entanto, elas também estão relacionadas com os
hábitos e heranças culturais. No caso dos alimentos citados, estas preferências
são antigas. Especificamente, de milhares de anos atrás. É o que nos revelam os
dados obtidos em pesquisas sobre alguns sambaquis da nossa região. Os insumos
alimentares, a exploração dos recursos, o possível modo de coleta e de preparo
e a criação de algumas receitas, pensando na tecnologia do passado, movimentam
a programação científica do Past Food – Sabores Sambaquianos, que o Museu
Arqueológico de Sambaqui de Joinville promove neste mês, em parceria com o
curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da UNIVILLE.
O Past Food tem uma programação
científica que ao encontro do tema proposto pelo ICOM para a 13ª Semana de
Museus, que é “Museus para uma Sociedade Sustentável”. Com o projeto Past Food:
Sabores Sambaquianos, o MASJ provoca o público mais uma vez a pensar o Museu
como um laboratório de práticas sustentáveis, aberto a apropriações variadas. A
programação começou no dia 13 de maio e se encerra no dia 29, com uma
degustação e palestra aberta ao público.
O evento é uma proposta do MASJ com o
objetivo de criar possibilidades diversas de divulgação dos dados científicos,
que podem ser obtidos através de uma escavação arqueológica. Em específico
sobre as analises que identificam a dieta de grupos passados, como os
pescadores-caçadores-coletores que construíram os sambaquis. Nesta primeira
edição, o foco é a dieta alimentar dos sambaquianos. Especificamente, os
alimentos identificados na fauna e na dieta destes grupos, a partir de
pesquisas realizadas nos sambaquis Cubatão I, o Espinheiros II, o Morro
do Ouro, o Enseada e o Itacoara.
O curso de Gastronomia e a
pós-graduação de Arqueologia da UNIVILLE são parceiros do evento e estão
desenvolvendo a proposta com os alunos da primeira fase das disciplinas
Metodologia Científica e História da Alimentação e Habilidades de Cozinha. A
programação envolve um seminário científico, com discussão de oito artigos de
arqueologia sobre dados alimentares e herança cultural, a prática experimental
para criação de receitas, tendo como referência as possibilidades tecnológicas
do passado, uma degustação pública e uma palestra sobre memória gustativa.
O seminário e as práticas experimentais
serão desenvolvidos entre as equipes da UNIVILLE e o MASJ. Já a degustação de receitas
criadas pelos alunos e a palestra com a professora Mariana Corção (UFPR) serão
abertas ao público e ocorrem no dia 29 de maio, às 19h, no Centro de Artes e
Design da UNIVILLE. Toda a equipe técnica do MASJ se envolveu na pesquisa
e produção do evento, que inclui ainda a criação de peças gráficas que estarão
em exposição no dia 29, durante a degustação e a palestra. Equipes da Fundação
Cultural de Joinville e da Secretaria de Comunicação também estão participando
da programação e criação das peças.
Parabéns equipe MASJ, grande iniciativa. Que venham mais eventos assim, a ciência e principalmente a zooarqueologia/arqueologia agradecem!
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